sexta-feira, 4 de junho de 2010

O ADMINISTRADOR DE EMPRESAS NA GESTÃO DO SÉC. XXI: DESAFIOS, TENDÊNCIAS E EXIGÊNCIAS PARA OS EMPREENDEDORES CORPORATIVOS E VISIONÁRIOS

O ADMINISTRADOR DE EMPRESAS NA GESTÃO DO SÉC. XXI: DESAFIOS, TENDÊNCIAS E EXIGÊNCIAS PARA OS EMPREENDEDORES CORPORATIVOS E VISIONÁRIOS Frederico Vidigal Resumo Este artigo tem como objetivo sensibilizar e estimular uma reflexão acerca da nova postura exigida dos administradores, considerando uma nova configuração do mercado caracterizado pela hiperconcorrência e uma maior complexidade administrativa que vem demandando a utilização de novos preceitos de administração estratégica nos modelos gerenciais. O conteúdo do artigo trata das oportunidades para futuros administradores e é direcionado aos estudantes de administração e candidatos a administradores e recém-formados. O texto apresenta-se como um instrumento de observação para os novos profissionais da administração, colocados no mercado todos os semestres por instituições de ensino superior em diversos estados brasileiros. Palavras-chave: histórico da administração no Brasil – perfil do administrador – administração pública - empreendedorismo corporativo – oportunidades de mercado para administradores 1 O HISTÓRICO DA CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL E OS DESVANEIOS ADMINISTRATIVOS DA GESTÃO PÚBLICA BRASILEIRA: UMA INTRODUÇÃO A profissão de administrador no Brasil é considerada recente e teve a sua regulamentação a partir da Lei 4.769 em 9 de setembro de 1965, o que resultou na comemoração do dia do Administrador na mesma data. Infelizmente, durante os últimos anos, a profissão de administrador ainda fora vista como uma formação de uma importância menor levando em consideração o seu curto tempo de vida e comparando-a com outras áreas mais tradicionais e históricas do conhecimento como a engenharia, a medicina e o direito. Durante um longo período no tempo, era usual o fato de profissionais de outras áreas adentrarem pelos caminhos da administração, abrindo suas empresas ou assumindo o seu controle de forma aventureira em empreendimentos, muitas das vezes de grande porte e com grande importância, do ponto de vista de investimento financeiro. Em outros casos presenciou-se a ocupação de cargos administrativos na prestação de serviços à população em geral, como é o caso dos serviços públicos em prefeituras e demais esferas administrativas onde, a grande maioria dos políticos e detentores dos cargos executivos, não têm formação em administração. Este cenário perdurou no Brasil, e pôde ser observado de forma mais substancial até meados dos anos noventa, quando até então era discurso comum afirmar pejorativamente que a administração poderia ser exercida por qualquer profissional, não importando a sua formação de origem. O que preocupa é exatamente o fato do alto índice de mortalidade de empresas abertas no Brasil, que na maioria das vezes encerram prematuramente as suas atividades, por motivos ligados diretamente ao desconhecimento da administração. Como descrito anteriormente, o ensino da Administração no Brasil, embora tenha começado tardiamente, guarda uma relação direta com o processo de desenvolvimento do Brasil. O primeiro momento histórico está situado no governo Getúlio Vargas. Com seu caráter nacionalista, incentivou direta ou indiretamente o impulso às iniciativas de valorização de modelos gerenciais herdados de outras nações adaptando-os à realidade brasileira. Um dos exemplos dessa nova realidade foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que proporcionou impactos de relevante importância na recriação do cenário da administração das empresas brasileiras, haja vista a valorização dada à segurança dos trabalhadores e a responsabilidade dos empregadores. O segundo momento importante foi caracterizado pelo desenvolvimento e abertura econômica com um viés particularmente internacionalista, implementado pelo governo de Juscelino Kubistchek. O crescimento acelerado implementado por Juscelino trouxe a necessidade de adoção de modelos administrativos diante das novas contratações para postos de trabalho que surgiam. O terceiro momento pode ser classificado como o período Pós-64. A partir do ano de 1964, teve início a importação de modelos tecnológicos originários da cultura norte-americana o que de certa forma impulsionou o desenvolvimento industrial brasileiro e o fortalecimento da necessidade da profissionalização da administração no Brasil. Os Estados Unidos haviam implantado o seu primeiro curso de Administração no final do século XIX, mais precisamente em 1881. Na década de 60 já lançavam no mercado um número expressivo de administradores, não somente em nível de graduação, mas com mestrado e doutorado, o que resultou em investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na área da administração. No Brasil, após décadas marcadas por um regime autoritário de governo militar, o país deu passos importantes rumo a nova república e mais tarde teve como um marco histórico na realidade democrática do país, as eleições diretas para presidente. Com um novo governo eleito pelo voto popular, o país ainda enfrentou crises financeiras, altos índices de inflação o que perdurou durante anos até encontrar um caminho mais estável no Plano Real com o controle da inflação, o que ainda prevalece até os dias de hoje. A partir da estabilidade econômica, discutida por alguns, mas valorizada por outros, houve um incremento da complexidade na gestão empresarial ocasionado, sobretudo pela abertura de mercado. A hiperconcorrência ganhou espaços nos mais diversos ambientes setoriais sendo agravada pelo advento da Internet que se popularizava gradualmente. A globalização, que já rondava a economia mundial consolidou-se anos depois e virou realidade. Além disso, ocorreu a entrada de novos concorrentes em diversos setores produtivos de prestação de serviços no Brasil. A entrada dos produtos estrangeiros com importante grau de inovação tecnológica potencializou a concorrência direta entre preços de produtos que passaram a competir entre si por preços mais atrativos e com qualidade muitas vezes superior aos produtos desenvolvidos nacionais. Além da ampliação da oferta de produtos e serviços e o surgimento das mídias eletrônicas - que inegavelmente proporcionaram o acesso dos consumidores a um maior número de informação sobre opções de produtos e serviços, bem com variedade de modelos, especificações e preços - resultaram em mudanças importantes no ato de compra e provocando uma verdadeira remodelagem dos mercados. Tal situação resultou em demandas de modelos gerenciais compatíveis para garantir a sobrevivência dos negócios. A partir daí, houve um significativo aumento do percentual de demanda por formação técnica e profissionalização da gestão, muitas das vezes impostas pelas empresas aos seus próprios colaboradores. A corrida pela informação na área gerencial abriu portas para investimentos na área da educação. A população brasileira sobreviveu a uma diversidade de planos de governo, muitos deles frutos de aventuras de não-administradores – considerando que a administração pública é um ramo da atuação da administração e deveria ser exercida exclusivamente por bacharéis em administração. Os ocupantes de cargos públicos - eleitos por uma população composta em sua grande maioria por pessoas com baixo nível de informação que é o retrato histórico de um país em processo de desenvolvimento - impuseram aos cidadãos brasileiros modelos econômicos desastrosos e tidos como planos mirabolantes, muitas vezes caracterizados por corrupção e sinais típicos da má gestão, o que fica evidenciado pela ausência de planejamento, controle de processos e prestação de contas, além da inexistência de critérios de equidade na composição do quadro de pessoal administrativo. A exemplo disso, têm-se a composição de alguns cargos públicos, ocupados por pessoas com perfis nada coerentes com uma visão mínima de planejamento de cargos e recrutamento e seleção. O modelo público-gerencial incompetente, marcado pelo notório desconhecimento da ciência da Administração ainda assola a política brasileira arbitrando à população a parte da manutenção financeira da ingerência através do pagamento de impostos e taxações em um verdadeiro carnaval de incompetência administrativa. 2 A OFERTA DE CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO E SEUS IMPACTOS Aproveitando a demanda crescente por conhecimento e também da flexibilização das regras para abertura de faculdades no Brasil, ocorrida em meados da década de 90, o ensino superior privado brasileiro teve um aumento de 150 % em número de alunos. Segundo Jordão (2007), o total de alunos em instituições privadas no nível superior subiu de 392 mil em 1997 para 1 milhão em 2003. A grande maioria dessas instituições passou a oferecer cursos na área de administração. Segundo a autora, nos próximos anos espera-se também um crescimento, porém menos acelerado e expressivo como nos últimos anos. O boom dos cursos na área de administração em nível de graduação e pós-graduação pôs em questionamento a qualidade de ensino de algumas instituições, mesmo considerando a corrida pelo conhecimento na área da gestão, em função da demanda descrita anteriormente, houve uma diminuição da ocupação das salas de aula e uma busca, nem sempre ética por estudantes. Alguns dos novos empreendedores do setor de educação, investiram em um corpo de professores de qualidade, bibliotecas e infra-estrutura compatível com a formação de bons profissionais. Outros adentraram no mercado com estruturas adaptadas aos processos de reconhecimento por parte do MEC, deixando os estudantes em situação desprivilegiada em relação à qualidade e competitividade com outros profissionais de mercado. TABELA 2.1. - EVOLUÇÃO DE CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL DE 1960 a 2000 Antes de 1960 – 2 cursos 1960 – 31 cursos 1970 – 247 cursos 1980 – 305 cursos 1990 – 823 cursos 2000 – 1462 cursos Fonte: MEC / Conselho Federal de Administração Do ponto de vista da empregabilidade, mesmo em outras áreas do conhecimento, o diploma de curso superior deixou de ser garantia para uma colocação no mercado de trabalho. Fruto da expressiva oferta de vagas nas instituições privadas de ensino, a entrada de um grande número de novos bacharéis em administração no mundo empresarial foi inevitável e a concorrência por uma colocação passou a ser vista como uma batalha entre profissionais. 3 O PERFIL DOS NOVOS ADMINISTRADORES NO MUNDO GLOBALIZADO No mundo globalizado do século XXI, o trabalhador não mais deverá ter uma só profissão. Na visão de Jordão (2007), é primordial ter uma profissão e também outra, pois daqui a cinco a dez anos, para fechar um negócio fora do país, não será suficiente ter um diploma de administração de empresas. Além de habilidade em outros idiomas o administrador necessitará conhecer a cultura e a história do lugar para alcançar bons resultados na negociação, ou seja, será necessário um conhecimento antropológico aliado aos conhecimentos de administração. Isto poderá ser um diferencial importante. O que pode ser percebido é que além do disputado diploma universitário o administrador necessita ter perfil para administrar. Caso contrário, estará sujeito a funções subalternas e alternativas dentro das organizações, mesmo portando um diploma. Isso corrobora a idéia de que o administrador não é um profissional formado somente nas salas de aula, com as melhores notas entre os colegas. O administrador recém-formado precisa apresentar de fato uma personalidade administrativa, enfim perfil de administrador. Perfil atual do administrador no Brasil • A maioria é do sexo masculino, casado e sem dependentes; • Está na faixa etária de até 30 anos; • É egresso de Universidades particulares; • Concluiu o curso de Administração entre 2000 e 2005; • Possui especialização em alguma área de Administração; • Trabalha nos setores de serviços, da indústria e em órgãos públicos; • Atua nas áreas de Administração geral e finanças; • Ocupa cargos de gerência. Fonte: Conselho Federal de Administração (CFA) Algumas características podem compor o que se denomina um perfil adequado para o administrador nos próximos anos. O perfil de um administrador considerado apto para as empresas contemporâneas passa por um somatório de características. Um administrador precisará equilibrar criatividade com a perspicácia para encontrar soluções apropriadas à empresa sob a sua administração. É imprescindível ter uma visão globalizada para entender que a empresa situa-se em conjunto de outros players, ou seja, é parte de um meio caracterizado por mudanças contínuas, pela competitividade e vulnerabilidade às forças externas. É essencial construir credibilidade, adquirir poder de persuasão e convencimento para driblar as objeções e adversidades, como também habilidade para relacionar-se com pessoas. Isso envolve uma razoável capacidade de comunicação e uma dose de liderança essencial para quem quer assumir o comando. O administrador moderno necessita de rapidez para adaptar-se às mudanças e reagir positivamente a elas. É importante que ele tenha senso de responsabilidade social, ou seja, deve ter a consciência de que todos os atos da empresa administrada por ele gerarão algum tipo de impacto positivo ou negativo à sociedade. Além da visão tradicional de lucros é necessário investir em ações que promovam uma maior qualidade de vida para a sociedade que envolve a empresa, práticas inteligentes de destinação de dejetos das indústrias, ações sociais que promovam algum benefício para a saúde, segurança, cultura, lazer, ou seja, ações que proporcionem bem estar da comunidade e também aos seus funcionários. Muitas destas ações podem e devem ser geradas pelas empresas privadas. Nos últimos anos, os consumidores têm valorizado algumas empresas que adotaram tais posturas, comprando seus produtos e serviços em detrimento de produtos e serviços de outras do mesmo setor que não adotaram políticas sociais responsáveis. O administrador precisa estar atento às oportunidades de mercado e manter-se alerta aos acontecimentos à sua volta. Alguns mercados vêm apresentando oportunidades para os administradores no futuro. A seguir, serão discutidos alguns dos mais expressivos. 3.1 O entretenimento como oportunidade de mercado para os administradores Nos últimos anos houve um aumento na busca pelo entretenimento, e a diversão passou a ser considerada sinônimo de negócio. O mercado vem se profissionalizando e os consumidores buscam produtos de qualidade. Cresce a procura pelos serviços em turismo e cultura. O turismo tem sido promessa de um mercado promissor há anos e reserva um potencial ainda mal explorado. Entretanto, o Ministério do Turismo, criado no governo Lula, tem como meta até o ano de 2010, gerar 1,7 milhão de empregos a serem criados por empresas com fomento do governo no setor e US$ 7,7 bilhões em divisas. Apesar dos últimos problemas com a infra-estrutura aeroportuária brasileira, segundo dados publicados na Istoé (2007), o governo pretende promover 217 milhões de viagens domésticas e estruturar 65 destinos com padrão internacional. Em 2006, este setor gerou 6.04 milhões de empregos formais e informais. Ainda há espaço para negócios que explorem oportunidades voltadas para a terceira idade conhecida como “Melhoridade”. Ainda na linha do entretenimento, como oportunidades de atuação para os administradores com perfil empreendedor, cresce a área de design de games e animação. Somente 35 empresas atuam no setor e há espaço para investidores na área de jogos para celular. A área de eventos também representa oportunidades para administradores. O Brasil teve um reposicionamento no Ranking de países sede de eventos e congressos. Segundo a International Congress & Convention Association (ICCA), o país subiu do 11.o para 7.o colocado, competindo com países como EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha e Itália. 3.2 A “gestão do bem estar” Em momento de stress no trabalho ocasionado pelas exigências do mundo moderno, outro mercado que surge como um celeiro de oportunidades para o administrador, nos próximos anos, é o setor de qualidade de vida ou o denominado mercado do bem estar. Segundo dados do International Stress Management Association (ISMA), 70% da população brasileira é acometida pelo stress. Os consumidores tem apreciado a qualidade de vida, a saúde física e a saúde mental. O setor abarca perfumaria, cosméticos, higiene pessoal e serviços voltados para o bem estar, a vaidade. Cresce a procura pelos spas e clínicas de estética e prevenção de doenças. Gráfico 2.2: ATUAÇÃO DE EMPRESAS QUE EXPLORAM O SETOR DO “BEM ESTAR” POR ESTADOS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO Número de empresas por estado: SP = 689 / RJ = 166 / PR = 148 / RS = 110 /MG = 102 Fonte: Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) 3.3 Logística aplicada ao Agronegócio A área de logística crescerá substancialmente em virtude do Agronegócio. O setor continua representando oportunidades de especialização e atuação para os administradores do futuro, pois o Brasil é um país diferenciado em condições de geração e sustentabilidade de energia. O país possui hidrelétricas e investimento em agroenergia, considerando combustíveis alternativos como o Biodiesel e etanol. Nos próximos anos serão necessários profissionais de logística para planejamento o escoamento e transporte dos produtos do agronegócio. 3.4 Gestão Ambiental, sustentabilidade e responsabilidade social das empresas Com a sensibilização ecológica e o espírito de conservação da vida, cresce a demanda por profissionais voltados ao meio ambiente. Administradores ambientais, administradores rurais e profissionais da administração com ênfase em comércio exterior com especialização ambiental já são procurados para viabilização de projetos voltados à exportação de móveis de madeira certificada para países desenvolvidos, produção de artigos dentro de especificações e exigências socioambientais. Profissionais responsáveis pela gestão sustentável e planejamentos desenvolvimentistas e de sustentabilidade de empresas e regiões, articulação de acordos comerciais, viabilização de negócios globalizados envolvendo uma diversidade de culturas serão cada vez mais valorizados. Utilizando-se da contribuição de Tachizawa (2005), a responsabilidade social vem assumindo um posicionamento privilegiado por parte das empresas, bem como tem sido considerada um referencial de excelência para as organizações contemporâneas. O administrador moderno necessita desenvolver uma leitura das modificações que ocorrem nas organizações contemporâneas e nos padrões de consumo tanto de produtos como de serviços. Na visão do autor, a nova realidade político-econômica vem transformando as empresas contemporâneas em sistemas abertos exigindo dos administradores mais flexibilidade para implementar seus processos e uma boa interação com o mercado de trabalho e o mercado consumidor. As ações dos administradores do futuro serão direcionadas pelas ações do mercado consumidor. O preço e a qualidade dos serviços abrirão espaço para o comportamento social das empresas fabricantes desses produtos e ou serviços. Os administradores serão exigidos a adotar um posicionamento ético e responsável em termos sociais e ambientais envolvendo o relacionamento com consumidores, comunidades nacional e internacional. 3.5 A tecnologia da informação A tecnologia da informação e da comunicação é uma das áreas que envolve todas as demais possibilidades de trabalho no mundo moderno. Os administradores do futuro terão espaço em empresas de desenvolvimento tecnológico, produção de softwares, hardwares e soluções empresariais. Todos estes empreendimentos necessitarão de estratégias aplicadas às empresas e produção de metodologias de serviços, capacitação e consultoria para o crescimento sustentável dos negócios. 3.6 A Consultoria e o trabalho autônomo em sistema flex time Pode-se afirmar que o trabalho com carteira assinada está chegando ao fim. Cada vez mais, os profissionais de outras áreas e sobretudo da administração precisarão trabalhar de forma autônoma e flexibilizada em termos de horário. Cada administrador passará a agir como um vendedor de conhecimento aplicado às necessidades das organizações modernas que esperam resultados. Nesse sentido o caminho da consultoria é uma realidade. O profissional consultor é aquele que apóia as empresas desenvolvendo relacionamentos duradouros com as mesmas no sentido de conduzi-las ao caminho da mudança, melhoria contínua através da proposição e implementação de metodologias aplicadas à realidade e necessidade dos negócios. Vale ressaltar que todas as atividades descritas até aqui se encaixam ao perfil do administrador. Todas exigem capacidade de planejamento, organização, promoção e divulgação de produtos e serviços, políticas de qualidade, relacionamento e posicionamento estratégico. É importante ter o entendimento de que um administrador nunca é um profissional acabado. Deve-se ter a consciência de que investir na educação continuada é condição essencial para manter-se atualizado e apto a ocupar cargos de decisão nas empresas modernas. Cabe salientar que a administração de empresas é cada vez mais dinâmica, e esta característica vem exigindo muito dos administradores. Outro atributo que deve ser analisado como importante para o administrador moderno é a ambição. Entretanto, confunde-se atitudes ambiciosas com ganância. A grande diferença entre as duas está na atitude ambiciosa que impulsiona a empresa positivamente. Os ambiciosos são inquietos por natureza e estão sempre buscando mais. A ambição empreendedora é salutar considerando que conduz o administrador à investigação e o estudo de novas possibilidades e estratégias mais apropriadas a cada caso. É importante ao líder trabalhar com ambição e compartilhar dessa postura com as sua equipe. Já o administrador ganancioso é aquele que transcende os limites da ambição positiva e pode anular o sucesso dos outros em causa própria o que é perigoso e anti-ético. O administrador moderno precisa ser um articulador. É essencial desenvolver a habilidade de comunicar-se com clientes e concorrentes, interagir de alguma forma com a sociedade, com o governo e demais atores envolvidos. Para tanto é necessário desenvolver uma postura de flexibilidade e negociação. Acredita-se que o administrador é um candidato natural a empreendedor. Porém independentemente de abrir uma empresa própria, um dos pontos mais valorizados em um administrador é o senso do empreendedorismo corporativo , pois trata-se de uma visão mais ampla e inteligente em termos da sustentabilidade do cargo ou da profissão. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A história da administração no Brasil teve seu desenvolvimento atrelado ao desenvolvimento econômico do país. A realidade da educação considerando os modelos praticados em outros países, sempre foram importadas e codificados para a realidade brasileira. Em um primeiro momento, prevaleceu a realidade educacional européia e posteriormente, com a modernização e as transformações internacionais, modelos educacionais norte-americanos foram internalizados, sobretudo na área da administração, devido ao viés modernista e adaptado à realidade capitalista, industrial e tecnológica da gestão norte-americana. Em um momento de aumento da oferta de profissionais bacharéis de administração, vale notar que a concorrência entre os profissionais é cada vez mais acirrada, considerando a disputa por uma boa colocação no mercado de trabalho. Por outro lado, é possível presenciar uma oferta maior por novos produtos e serviços – o que tem sido possível após uma remodelagem do perfil de consumo da população e tendências voltadas ao combate ao stress, competividade entre empresas, oportunidades de mercado devido às políticas econômicas e impactos da globalização entre outros fatores que modificaram as relações comerciais nos últimos anos. Cabe aos administradores do futuro um posicionamento pró-ativo voltado ao conhecimento contínuo e o investimento em educação continuada. É preciso explorar as aptidões e habilidades de relacionamento e comunicação para explorar novos mercados e criar possibilidades de sucessso nas áreas mais promissoras que envolvem a profissão do administrador. Neste artigo procurou-se relatar caminhos de sucesso em áreas como meio ambiente, entretenimento, meio ambiente, agronegócios, tecnologia, educação executiva e consultoria empresarial. Por ser uma profissão dinâmica e generalista, a administração confere aos administradores do futuro uma gama de possibilidades profissionais. Terão mais chances de sucesso aqueles que conseguirem desenvolver de forma perspicaz a análise das oportunidades, estarem preparados para ela acompanhando o comportamento do mercado, tendências da sociedade e comportamento do consumidor. REFERÊNCIAS DOLABELA, Fernando. Empreendedorismo Corporativo, como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa: Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. JORDÃO, Cláudia. Profissões de futuro. Revista Istoé. São Paulo: Editora Três, 2007 TACHISAWA, Takeshi. Gestão Ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias de negócio focadas na realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2005 Conselho Federal de Administração. Perfil do Administrador. Disponível em www.cfa.org.br. Acessado em 8 de setembro de 2007.


Willian Ax

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